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1. Nome completo

 

Rogério Arkie

 

2. Idade

 

41 anos

 

3. Com quantos anos começou a jogar bolão?

 

Com 7 anos comecei na escolinha do Pinheiros e com 12 anos joguei meu primeiro Brasileiro no RJ.

 

4. Como conheceu o bolão?

 

Meu Pai jogava  e eu acompanhava a equipe na maioria dos jogos. Desde pequeno meu pai me incentivava a arremessar umas bolinhas após os jogos.

 

5. Em qual clube joga?

 

Esporte Clube Pinheiros - SP

 

6.  Ja jogou em algum outro clube?

 

SKC Paffrath (ALE), KSC Kerpen (ALE). Defendi a cidade de Timbó nos Jogos Abertos de 1999 e a cidade de Joinville nos Jogos Abertos de 2011 e 2012.

 

7. O que é o bolão para vc?

 

Bolão é umas das coisas que mais gosto neste mundo. É o esporte que escolhi para me dedicar ao máximo.

 

8. Qual o melhor jogador que viu jogar?

 

Na Europa tive a honra de ver e jogar ao lado de jogadores fantásticos. Alain Scheer (LUX), Steve Blasen (LUX), Arturo Moneta (ITA), Holger Mayer (ALE) e Dirk Albertz (ALE). Para mim estes 5 são os TOP. No Brasil já vi jogadores fantásticos, mas o melhor que eu vi foi o Boing. Se manteve jogando em altíssimo nível por muitos anos. Além  de ser um jogador fora de série, era uma pessoa maravilhosa, humilde, com um caráter brilhante.

 

9. Títulos

 

Campeão Mundial Individual em 1995.

Vice-Campeão Alemão: 2005-2006

Campeão Estadual Alemão: 2005-2006

Campeão dos Jogos Abertos de Santa Catarina: 1999, 2011, 2012.

Campeão Brasileiro Individual (melhor média)  - Brasileiro de Clubes:  1993, 1994, 1996, 1998, 2001, 2002, 2003, 2007, 2009, 2011 e 2012.

Campeão Brasileiro Individual (melhor média) – Brasileiro de Seleções: 1992, 1993, 1997 e 2008.

Campeão Brasileiro por Clubes: 1996 e 2001.

Campeão Brasileiro por Seleções: 1997

Campeão Brasileiro de Duplas: 1992, 1995

Campeão Paulista Individual (melhor média): 1987, 1988, 1990, 1991, 1992, 1993, 1994, 1995, 1996, 1997, 1998, 1999, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2007, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012 e 2013.

Campeão Paulista por equipes: 1987, 1989, 1992, 1994, 1995, 1997, 2000, 2002, 2003, 2007, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012 e 2013.

Campeão Paulista de Duplas: 1990, 1991, 1992, 1995, 1996, 1997, 1998, 2002, 2003, 2008, 2009 e  2013.

Campeão Brasileiro Juvenil por Seleções: 1987, 1993

Campeão Brasileiro Juvenil Individual (melhor média): 1991, 1993, 1995

Campeão Brasileiro Juvenil de Duplas: 1993, 1994

Não sei se todas as datas estão corretas.

 

 

10. O que acha das pistas da SEF?

 

Acompanho meu Pai e o Pinheiros desde pequeno nas viagens a Nova Friburgo. Sempre gostei de ver jogos e jogar na SEF. Umas das pistas que mais rendem no Brasil. Não é uma pista fácil, ou seja, não é qualquer tipo de bola que se pode jogar. Umas das poucas pistas no Brasil construídas no moldes Europeus (suspensas, com linóleo e podem ser niveladas por controle lateral)

 

11. Qual é a sensação de vestira a camisa da seleção Brasileira de bolão?

 

É de arrepiar. Uma sensação indescritível. Quando o Hino Nacional é ouvido na abertura, as lágrimas insistem em cair. É uma honra para mim poder representar o meu País por todos estes anos. Participar de um Mundial, defendendo o seu país, é o melhor prêmio que um atleta pode ter.

 

12. O que sentiu quando se tornou melhor jogador do mundo?

 

Ainda é difícil de acreditar. Toda vez que lembro me emociono. Foram 10 dias mágicos, onde tudo deu certo. Era meu primeiro Mundial. Não tinha a noção de como se jogar nas pistas da Europa. Não sabia se elas seriam parecidas com as do Pinheiros ou com as do Sul, ou seja, não tinha a mínima ideia. O jogo no Mundial era de 120 bolas e eu só descobri isto quando chegamos na Europa. Eu só treinava partidas de 200 bolas e portanto não sabia como se jogar 120 bolas. Não tinha a menor noção de pontuação. Fizemos um treino na Alemanha e eu fiz 812. Achei que tinha jogado o máximo que eu podia. Dois dias depois fomos para um amistoso na Bélgica e a seleção Italiana tinha treinado ali dias antes. Olhei os pontos e vi que Arturo Moneta (era o atual Campeão Mundial de 1991) havia feito 888. Pensei: “impossível”. Tomei como base o meu jogo e não saberia como aumentar 88 pinos. Quando chegamos ao local do Mundial  para os treinos oficiais, olhei as pistas construídas num estádio de Hóquei com arquibancada para 2.000 pessoas, fiquei em choque. Olhei para o lado e muitos estavam com os olhos cheios de lágrimas, somente de ver aquilo. O nível dos atletas era impressionante. Eu me sentia como um jogador de futebol do Taiti numa Copa do Mundo de futebol. Era espantoso. Ficava na arquibancada vendo os Europeus jogarem da primeira até a ultima bola. Meu sonho era ficar entre os 10 primeiros. Na primeira classificatória eram 22 atletas e somente 8 passavam. Passei em oitavo com 829 pinos, 1 pino na frente de um alemão. Semifinal 3 dias depois, com estádio lotado contra os Europeus, pensei: “ O que estou fazendo aqui?” A Torcida Alemã se juntou ao samba Brasileiro (comandado pelo Nilsinho) e me carregaram 120 bolas. Classifiquei em 3º para final com 872 pinos. Uma hora depois era o grande momento. Duas mil pessoas me apoiando contra 3 monstros sagrados do bolão. Eu juro, minha meta era não passar vergonha. Não comecei bem a final, mas 120 bolas é um jogo longo. Depois de 45 bolas jogadas eu estava em último, 46 pinos atrás do primeiro. Neste momento tudo começou a dar certo e aquela sensação de não querer passar vergonha se transformou em confiança. Me desliguei da contagem e comecei a jogar todas as bolas para 9. Quando entrei na última pista para arremessar as últimas 30 bolas, eu estava em primeiro 10 pinos na frente do segundo. Fiquei em choque. Pela primeira vez no Mundial me senti com uma responsabilidade de segurar um resultado, que até então era impossível. Felizmente os noves vieram naquela hora tão importante. Me lembro das minhas ultimas 5 bolas, onde olhei para o Bolinha (meu técnico e um dos grandes responsáveis pelo titulo) e ele chorava. Foram 5 bolas chorando com a torcida enlouquecida, de pé gritando BRASIL. Ao final uma outra grande surpresa: 908 pinos derrubados. Eu não tinha a noção do que isso representava. A alegria por ter conquistado um título Mundial é indescritível. Conseguir ganhar de atletas que jogam em outro nível era algo que eu nunca imaginava. Foi um sonho que se tornou realidade!

 

 

13. Vc sente algum tipo de pressão por ser considerado o melhor jogador do país?

 

Não me sinto o melhor jogador, pois acho que não existe apenas um grande jogador no Brasil. Temos muitas pistas com características diferentes uma das outras. Isto exige demais de todos nós. Temos um grupo de atletas de alto nível que joga bem na maioria destas pistas. Tento me adaptar da melhor maneira em cada pista que jogo, mas isto nem sempre é possível. Sei o quanto me consideram e até por este motivo acham que eu não posso errar, isso as vezes me incomoda pois eu erro, erro muito, como qualquer atleta de qualquer esporte. Além disso não é por títulos conquistados que me acho superior a alguém. O passado é bonito, mas a cada Campeonato é uma nova história que está sendo escrita. O melhor jogador tem que ser o que for melhor naquele momento, naquele jogo, naquela bola. Quem me conhece sabe o quanto eu treino e me dedico. Eu tenho que fazer o meu melhor em cada torneio, em cada Campeonato, em cada bola que arremesso, pois sei da minha responsabilidade.

 

14. Uma mensagem pra quem ta começando a jogar...

 

Tem uma frase de um esportista americano que diz: “WIN WITHOUT BOASTING. LOSE WITHOUT EXCUSES”. (“VENÇA SEM ALARDE (MÁSCARA). PERCA SEM DESCULPAS.”)

Se dedique ao máximo. Se entregue. Respeite os outros jogadores. Treine de forma inteligente. Não treine para ser o melhor nas suas pistas, no seu clube. Você tem que jogar bem nas outras pistas, em outra cidade, outro estado, outro País. Tenha humildade para ouvir conselhos de outros jogadores, independente se é um grande jogador.

 

Hugo, gostaria em primeiro lugar de parabenizar SEF e a você por esta iniciativa brilhante. O site está maravilhoso e tenho certeza que será um Brasileiro inesquecível.

Gostaria também de agradecer pelo convite. Me senti muito honrado e estou a disposição de vocês.

Grande abraço e até setembro!

Rogério

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